domingo, 28 de agosto de 2011

Reportagem Bom Dia Brasil em 12/07/2009 - Transformação Social

Essa reportagem mostra como é possível com a união da comunidade, o poder público e a iniciativa privada, modificar a vida das comunidades carentes. O juiz João Gandini que recebeu o prêmio Innovare, fez parceria também com as igrejas, clubes de serviço e uma universidade, no sentido de dar assessoria aos moradores para que esses projetos alcançassem as famílias, promovendo o ser humano retirando-o da miséria e devolvendo sua dignidade.
Reportagem disponível em: http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL1418403-16020,00-JUIZ+QUE+VIVEU+EM+FAVELA+DA+EXEMPLO+DE+TRANSFORMACAO+SOCIAL.html

Juiz que viveu em favela dá exemplo de transformação social
João Gandini recebeu o prêmio Innovare, que reconhece importância de práticas que melhoram o funcionamento da Justiça.
 Um degrau de cada vez para promover a justiça. Existem iniciativas em comunidades carentes que tiveram muito êxito. Um juiz de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mostra como é possível tornar a Justiça mais eficiente. Para isso, ele saiu do conforto do gabinete e descobriu maneiras de melhorar a vida de moradores de favelas da cidade. Pela ação, ele recebeu o prêmio Innovare, que reconhece a importância de práticas que melhoram o funcionamento da Justiça.

Foi em uma comunidade que João Gandini viveu a infância e parte da adolescência, antes de ir para São Paulo ganhar a vida como sorveteiro e catador de papelão.

Há quatro anos, ele decidiu deixar o gabinete, fotografou as 34 favelas de Ribeirão Preto e os problemas: falta de saneamento básico, moradias em área de risco, gente vivendo em péssimas condições e decidiu agir.

“Havia uma motivação pessoal, porque eu vivia uma realidade próxima a essa na minha infância e juventude. Havia a necessidade de resgatar esse passado”, conta o magistrado.

O juiz reuniu aliados. Primeiro, os próprios moradores, que apontaram os problemas; depois, prefeitura e empresas. O projeto reurbanizou 12 favelas e melhorou a vida de 2,5 mil famílias. Aos poucos, a favela foi sofrendo uma transformação radical. Em vez de barracos, casas. No lugar da vergonha, dignidade.
“Ele pergunta para gente o que mais vai vir de benefícios para a comunidade. Hoje a gente sente que a autoestima está em elevação e a cidadania também”, conta a líder comunitária Vera Silva.

Há três anos, a rua era bem diferente: era de terra e não havia iluminação. O projeto trouxe asfalto, calçada, energia elétrica e água para todas as casas da comunidade. Agora, pelas ruas, podem passar os carros dos moradores, ambulância, ônibus e caminhões com mudança.

A vida mudou mesmo e não deixou saudade: “Era uma coisa doida, se chovesse, tinha que desistir, ou tinha que levar o sapato na bolsa”, lembra a professora Shirlei Camargo

Mudou também o endereço de Juventino de Jesus. Hoje ele mora em uma das 102 casas destinadas aos moradores da favela: “A gente queria realizar o sonho da gente, que como de todo trabalhador é ter uma casa”, diz o serviço gerais.

O juiz quer seguir em frente: “Nós fizemos várias parcerias com as igrejas, com os clubes de serviço, com a universidade, no sentido de dar assessoria aos moradores para que esses projetos alcançassem as famílias, promover o ser humano enquanto família. Na medida em que se faz isso, e não apenas age na questão física, você tira a pessoa da miséria, da indignidade e ela ganha cidadania”.

Quem decidiu ficar, quer uma casa mais bonita e o direito de ter um endereço de cidadão: “Agora é Jardim Monte Alegre”, diz um morador.

As cem famílias beneficiadas na primeira etapa do projeto também ganharam geladeira, fogão e chuveiro elétrico, graças a uma parceria que o juiz fez com a iniciativa privada. O prêmio Innovare será entregue nesta quinta-feira (17), em Brasília.

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