domingo, 28 de agosto de 2011

Reportagem O Globo em 01/08/2008 - Médicos recebem manual de sobrevivência para atuar dentro de favelas do Rio

É impressionante, como a reportagem abaixo, apesar de ser mais antiga, representa bem a situação de insegurança nas favelas. Médicos recebem cartilha de sobrevivência para poderem trabalhar nas vilas e morros do Rio. Esta realidade não é exclusiva do Rio de Janeiro, a insegurança está por toda parte. Mas será que esta é a solução?

Notícia disponível em: http://g1.globo.com/bomdiabrasil/0,,MUL806585-16020,00-MEDICOS+RECEBEM+MANUAL+DE+SOBREVIVENCIA+PARA+ATUAR+DENTRO+DE+FAVELAS+DO+RIO.html

Médicos recebem manual de sobrevivência para atuar dentro de favelas do Rio
Os médicos que trabalham nas favelas do Rio de Janeiro ganharam uma cartilha não sobre a profissão deles, mas com conselhos de segurança para enfrentar os riscos.

Enquanto as autoridades não acham solução, a violência chega aos consultórios médicos. Propostas paliativas vão sendo propostas justamente para os profissionais que têm que salvar as vidas ameaçadas pelos tiroteios, seqüestros e assaltos. Eles também estão inseguros.

Os médicos que trabalham nas favelas do Rio de Janeiro ganharam uma cartilha não sobre a profissão deles, mas com conselhos de segurança para enfrentar os riscos. Uma espécie de manual de sobrevivência.   

Tiroteio, assaltos, seqüestro – médicos e enfermeiros são obrigados por traficantes a atender em casa bandidos que não podem aparecer em um hospital. Segundo a prefeitura do Rio de Janeiro, só no ano passado foram 61 notificações oficiais de situações de violência vividas por agentes municipais de saúde.

“Nós vivíamos situações de muitos conflitos em postos de saúdes dentro de comunidades ou próximos às comunidades, principalmente tiroteio e assalto na redondeza do local onde ele trabalha”, afirma Márcia Mochel, superintendente da Secretaria Municipal de Saúde.

Nas mãos da superintendente de atendimento básico, uma das soluções encontradas pela prefeitura para melhorar a situação nos postos de saúde foi a criação de um manual de segurança com recomendações explícitas para quem trabalha nas favelas cariocas.

Para quem usa celular, por exemplo, um aviso: as linhas não são seguras e podem estar grampeadas. Por isso, em situações de risco não devem ser citados nomes e nem haver descrição de situações sensíveis.

As mulheres, devem evitar saltos altos – dificultam correr se for necessário. Ao entrar de carro na favela, é aconselhada uma transgressão ao Código de Trânsito: retirar o cinto de segurança. Facilita a fuga no caso de uma emergência.

O manual é o resultado de um encontro de 400 agentes de saúde do município com a organização “Médicos sem Fronteira”, que atua no atendimento médico em áreas de conflito em várias partes do mundo. O manual foi todo produzido a partir de sugestões dadas pelos funcionários públicos.

A prefeitura do Rio diz que vai distribuir até o fim do ano um manual para todos os agentes de saúde do município. O Sindicato dos Médicos diz que não é com o manual que se resolvem os problemas que os agentes têm…

“A gente não pode delegar a quem não tem essa competência a tarefa de garantir a segurança, porque nós não fomos preparados para esta finalidade”, defende Jorge Darze, presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro.

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