domingo, 25 de setembro de 2011

Reportagem Jornal O Tempo - 26/01/2011

A reportagem abaixo fala sobre como a falta de áreas vazias para a realização de novos empreendimentos, leva as construtoras a cobiçarem áreas ocupadas "ilegalmente". É por isto que os moradores estão tão apreensivos em ter que sair da vila. 
 
Belo Horizonte tem apenas 20 mil lotes vazios para obras
Casas em bairros da zona Sul são transformadas em prédios residenciais -
HELENICE LAGUARDIA
Belo Horizonte tinha, no início da década de 2000, 60 mil lotes vagos. Agora, são apenas 20 mil lotes em condições de receber empreendimentos. Deve ser por isso que áreas ocupadas como a Vila Acaba Mundo com 2.000 moradores, entre os bairros Sion e Mangabeiras, e uma área de 10 mil metros quadrados ao lado são disputadas por construtoras nos últimos cinco anos.

O mercado imobiliário da capital analisa essas como as últimas áreas nobres em torno da serra do Curral. "Das cerca de 670 mil guias de IPTU em Belo Horizonte, apenas 13% correspondem a terrenos vazios", calculou o advogado especializado em direito imobiliário Kênio de Souza Pereira, para quem a cidade tem pouco terreno em relação a outras capitais do país.

O diretor do Sinduscon/MG, Jorge Luiz Oliveira de Almeida, também reconhece: "terreno puro, in natura, é muito difícil encontrar em Belo Horizonte". Ele explica que a cidade tem sofrido modificações, como uma casa antiga com média de 400 metros quadrados, que é transformada em um outro imóvel, geralmente prédios residenciais.

Para o presidente da CMI/Secovi,, Ariano Cavalcanti de Paula, o problema maior é o preço. "As pessoas estão assimilando valores fora da realidade e isso produziu uma perda de liquidez no mercado", avaliou cifras pedidas pelos donos de até R$ 5.000 pela área nua.

No caso da Vila Acaba Mundo, a área poderá ser excluída dos terrenos na carteira de mais cobiçados das construtoras. É que tramita na Câmara Municipal um projeto da vereadora Neusinha Santos para a legalização dos lotes ocupados pelos moradores da vila, dando posse a todos. O local pertencia à família Pentagna Guimarães desde a década de 1940 e foi invadido.

A vereadora não foi encontrada para falar e nem o representante da família Pentagna Guimarães.
Embate
Um parque no lugar da criação de um lote
A Vila Acaba Mundo teve seu surgimento associado à implantação da Mineradora Lagoa Seca, que também pertence ao grupo Unitas, da família Pentagna Guimarães, que explora o subsolo de um terreno vizinho à vila até hoje.

Mas em abril do ano que vem, a licença de operação será extinta para o empreendimento e inicia-se um novo embate. De um lado, os moradores da região esperam que o espaço seja transformado em um parque, o JK.

Mas a intenção é a de se criar um loteamento gigantesco. "Seria um condomínio desde a Vila Acaba Mundo abrangendo a área da Lagoa Seca até o Belvedere", informou uma fonte sobre a extensão da faixa territorial que pertence à família Pentagna Guimarães.

A vila recebeu o nome de Acaba Mundo porque a área onde está localizada corresponde a um vale fechado, entrecortado por dois morros, que são separados pelo córrego Acaba Mundo. Na década de 80, a comunidade recebeu iluminação pública e redes de água e esgoto. (HL)

Reportagem completa: http://www.otempo.com.br/noticias/ultimas/?IdNoticia=161824,OTE&busca=Vila%20Acaba%20Mundo&pagina=1

Nenhum comentário:

Postar um comentário