quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Visita e Entrevista com Moradores da Vila - 27/09

A segunda visita foi realizada quinta-feira dia 27 e foram um total de três entrevistas:

D. Irani - 72 anos - moradora da Vila há mais de 50 anos - 10 filhos
Como ela estava de saída para levar a documentação para o pessoal do grupo Pólos da UFMG, ela pôde conversar comigo só um pouquinho. Para ela o que está mais urgente, é a segurança. Me contou também sobre as mortes da semana  anterior e estava muito assustada.

Tânia - 42 anos - moradora da Vila há 15 anos - 9 filhos
Comecei perguntando o que ela gostaria que mudasse na vila, a resposta foi clara: precisamos de segurança. "Hoje está completando 8 dias que dois garotos de 15 anos foram assassinados. Apesar de toda a educação que dou para meus filhos, tenho muito medo que a droga chegue perto." Perguntei sobre o programa Vila Viva e o que ela achava sobre a construção dos prédios, e a resposta foi: "Deus me livre, aquele ovo que eles entregam, não cabem duas pessoas na cozinha pelo que fiquei sabendo. Outra coisa, aqui na nossa casa a gente faz um puxadinho aqui e ali e vai crescendo do jeito que a gente gosta, a gente pode colocar o colchão no quintal para pegar sol, sem problemas e nos apartamentos não dá para fazer nada disto".

D. Efigênia - moradora da vila há 31 anos, casada, 11 filhos criados lá.
Foi Presidente da Associação de Moradores por muitos anos e sem receber salário por este tempo dedicado à vila, conseguiu mobilizar os moradores cuja participação era forte. Conseguiram muitas mudanças e realizações para a vila, mas com o tempo foi esmorecendo e hoje a participação é bem menor.  Antes pelo que entendi a Vila tinha casas construídas de madeira de caixote, esgoto a céu aberto, e agora está bem diferente. Esgoto, água tratada e energia chegam à vila. Segundo ela desde que o esgoto não é mais jogado no córrego, ele está limpo, apesar de alguns moradores ainda jogar lixo lá, seus netos nadam nele todo final de semana.

Imagem do córrego Acaba Mundo

Pelo que entendi a Mineradora Lagoa Seca como ação mitigatória, por sua atuação e degradação ambiental, teve que criar uma barragem lá em cima para evitar que durante o período chuvoso, o córrego Acaba Mundo enchesse e inundasse as casas lindeiras ao córrego.
Perguntei sobre as indenizações e construção dos prédios do projeto Vila Viva, e segundo ela, o problema é que as pessoas que recebem indenização, vão morar muito longe. Os aposentados adoram, mas as pessoas que têm que pegar ônibus todos os dias não gostam, pois gastam no mínimo 1:30hs só de transporte, de viagem em pé. Sua palavras foram: "Se for para tirar os moradores daqui prefiro deixar tudo do jeito que está.
Perguntei sobre segurança e saúde e ela me falou que a associação já havia solicitado um posto de saúde e um de policiamento e a resposta da prefeitura é que a demanda é pequena, pois para colocar tais postos é preciso que o mesmo atenda no mínimo 20.000 pessoas. Lá eles tem que utilizar o posto de saúde da Serra.
Sobre as mortes e tráfico de drogas ela me falou que o problema é que agora há mais um grupo querendo o ponto. Para ela droga é problema de carência.

Mais fotos da vila:
Vista do lado direito do córrego

Foto do Centro Comunitário

Foto do lado esquerdo do córrego

Vista das casas - 2 andares

Detalhe da passarela e corrimãos

Detalhe da passarela

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